A tendência holística da Saúde gerou a possibilidade de profissionais oriundos de diversas áreas alargarem o seu espectro de ação a novas esferas de competências. A globalização permitiu a importação de conceitos, formações e serviços, e o Wellness está aí, com várias formas, descrições e estilos de abordagem. Internacionalmente entendido como sinónimo de promoção da saúde e da qualidade de vida, mas com contornos diferentes pelos continentes, define-se nos EUA, pelas preocupações com os custos de Saúde da população enquanto prioridade governamental. Os profissionais de Wellness são formados, treinados e requisitados, desde a década de 90/00, em ambientes empresarias, escolas e universidades. Tudo em prol da redução dos custos provenientes das novas epidemias da obesidade, diabetes e depressão, através de intervenções comportamentais. Na Africa do Sul, Àsia e Australia, o Wellness aparece sobretudo associado a Estilos de Vida saudáveis, valorizando-se a nutrição, a prática de exercício e gestão de stress. Na Europa, o crescimento (da oferta e da procura) do turismo de bem+estar, das Clínicas de Tratamentos Estéticos e dos Spa’s “apoderaram-se” do construto, afastando-o das suas origens para o associar ao prazer de uma massagem e à descontração de uma férias zen. Na industria do Fitness, e segundo a German Wellness Association (GWE), os instrutores e professores de desporto que já se intitulem de “Wellness Consultant/Advisor”, “Wellness Coach”, entre outros, não estão associados a nenhuma forma de formação /qualificação regulada ou registada, pelo que as descrições europeias para estes profissionais são inexistentes. No documento A Career as a Wellness and Spa Trainer in the German speaking Regions, a associação alemã defende ainda que no setor da Saúde e do Fitness existe um leque de cursos e formações com currículos comparáveis ao necessário para formar um especialista em Wellness, mas insuficientes por não contemplar elementos individuais do processo. È crucial prestar-se atenção aos elementos subjetivos do Estilo de Vida Positivo protagonizado pelo Wellness, quer em conceito, na sua mediação ou na execução das medidas apropriadas à sua promoção. Salientamos que qualquer profissional de Wellness deve:
- distinguir-se pelo seu conhecimento profundo das práticas e das atitudes que melhoram as escolhas que fazemos em relação ao Estilo de Vida;
- dominar conhecimentos e skills de psicologia e pedagogia, bem como os modelos teóricos relevantes em mudança comportamental;
- ser capaz de transmitir o conceito ao cliente de forma a que aumente o seu interesse e motive a sua promoção;
- ser capaz de estimular a iniciativa individual do outro, de forma positiva, autónoma e sustentável;
Adiantamos alguns dos ramos emergentes:
Wellness Consultant / Advisor – um consultor, especializado em estilo de vida positivo que, mediante diagnóstico dos indicadores do cliente prescreve, aconselha ou propõe a adoção de determinados medidas ou serviços.
Wellness Coach – facilita uma parceria de mudança de estilo de vida, num processo eminentemente verbal, afirmativo e controlado pelo cliente, de definição de objetivos, de desenvolvimento e concretização de um plano de ação. O Wellness Coach domina, para além dos conhecimentos inerentes a um profissional de Saúde/Desporto, um leque de técnicas e de competências relacionais, promotoras de desenvolvimento do Outro.
Wellness Manager – Wellness Consultant que acumula competências de gestão. Responsável por criar, desenvolver e implementar programas multidisciplinares/multiserviços em contextos organizacionais – Corporate Wellness, turístico – Wellness Tourism, Clubes e Clínicas.
Wellness Trainer – segundo a GWA, domina um leque alargado de conhecimentos, de todas as facetas envolvidas. Desenvolvem sessões de formação individual ou coletiva com o objetivo de ensinar e educar os clientes a tornarem-se familiares com os seus elementos de estilo de vida e em como melhorar as escolhas diárias, prevenir a doença e aceder aos recursos locais.